quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aula de arte dos professores em greve


1) Imprima em uma cartolina grossa a imagem do Sérgio Lalau acima;

2) Com um estilete afiado, recorte as partes pretas da cartolina, formando um molde vazado, e descarte-as (partes pretas);

3) Com uma lata de spray negro, comece a "colorir" os muros da cidade*, numa aula de cidadania contra as figuras nefastas que insistem em nos assombrar.

* Só pintem os muros devidamente autorizados por seus proprietários, é claro.

SEPE derrota o governo e boicote ao Saerjinho ocorre em massa

O Sepe está recebendo uma série de reclamações de escolas estaduais que denunciam a tentativa da SEEDUC de obrigar as unidades a reaplicar a prova do SAERJ hoje (dia 30/6), depois do fracasso de ontem (dia 29/6), quando a categoria promoveu um grande boicote à avaliação programada pelo governo do estado. Segundo informações da categoria, as avaliações de hoje são as mesmas de ontem, ou seja, seus gabaritos já foram revelados, o que configura uma verdadeira fraude. O Sepe continua recomendando que as escolas adotem a decisão da assembléia da rede estadual para que a categoria não aplique qualquer avaliação do Programa de Metas e não aceite a pressão da secretaria ou das coordenadorias.

As entranhas do governo Sérgio Cabral

Vamos começar pelos personagens que cercam Sérgio Cabral, os “generais” que comandam a pilhagem dos recursos públicos, que estão saqueando a população do Rio de Janeiro, através de farsas, negociatas, maracutaias e tramas nos bastidores. É a turma dos negócios promíscuos de Cabral. Vocês vão ver que por muito menos Collor e José Roberto Arruda (Distrito Federal) sofreram o impeachment. Preparem-se!
Os negócios em família
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Adriana Ancelmo Cabral – a esposa de Cabral
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O escritório de advogacia, do qual é sócia majoritária, tem como clientes, empresas concessionárias de serviços públicos estaduais e outras que têm contratos de prestação de serviços com o Estado. O Metrô e a Supervia, apesar dos caóticos serviços prestados, conseguiram por intermédio de Adriana, que o marido, Cabral, renovasse por mais 30 anos os contratos de concessão. A esposa de Cabral também advoga para o Grupo Facility, do “Rei Arthur”, que tem contratos de mais de R$ 1,5 bilhão com o governo Cabral. A mulher de Cabral representa os interesses jurídicos de várias empresas que têm contratos milionários com o Estado e dependem de decisões do governador.
Mauricinho Cabral, o irmão de Cabral que se move nas sombras
Mauricinho Cabral, o irmão de Cabral que se move nas sombras
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Mauricinho Cabral – o irmão de Cabral
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Esse é um personagem que se move nas sombras, mas toda a mídia conhece muito bem, e protege por interesse próprio. É publicitário e não tem nenhum cargo no governo. Mas é ele que controla a milionária verba de publicidade e se reúne com o pessoal dos grandes veículos de comunicação. Usa a agência FSB para distribuir as verbas e comprar a blindagem do irmão Cabral.
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O vice que virou alma gêmea nos negócios
O vice-governador e secretário de Obras, Pezão, hoje chamado de Mão Grande
O vice-governador e secretário de Obras, Pezão, hoje chamado de Mão Grande
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Luiz Fernando Pezão – o vice-governador
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É o homem que cuida das Obras do Estado e negocia os contratos milionários e está sujo dos pés grandes até a cabeça, passando pelas mãos ainda maiores, que lhe rendem o apelido de “Mão Grande”. Usa seu subsecretário, Hudson Braga para fazer a ponte com as empreiteiras, menos a Delta, que é linha direta Cabral – Fernando Cavendish. Está enrolado no TCU por conta do contrato da DELTA, das obras do Arco Rodoviário. Um escândalo de superfaturamento. É o responsável pela reforma do Maracanã e vai ter que responder por que mandou pagar R$ 8 milhões à DELTA antecipadamente, antes mesmo de realizar algumas intervenções previstas no contrato. Está metido numa negociata da desapropriação de um imóvel em Barra do Piraí, que pertencia à família de sua mulher, foi super avaliado e em seguida desapropriado por um valor muito acima do mercado
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Os amigos e braços-direitos nos negócios
Com Cabral desde a ALERJ, Régis Fichtner é quem faz a ponte com a Justiça e o MP, além de muitos negócios
Com Cabral desde a ALERJ, Régis Fichtner é quem faz a ponte com a Justiça e o MP, além de muitos negócios
Régis Fichtner – o secretário da Casa Civil
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É um dos braços-direitos de Cabral desde que ele era deputado na ALERJ. Responsável pelas negociatas de imóveis desapropriados do banqueiro Daniel Dantas, denunciadas pela revista Carta Capital. O banqueiro ganhou milhões graças à generosidade da caneta de Cabral negociada com Régis Fichtner. Acertou e foi o autor da chamada Lei Luciano Huck, que legalizou centenas de imóveis de luxo construídos em área de preservação de Angra dos Reis, beneficiando o apresentador e muita gente graúda. É o interlocutor com a Justiça e o Ministério Público.
Wilson Carlos com dinheiro escondido em paraíso fiscal na China
Wilson Carlos com dinheiro escondido em paraíso fiscal na China
Wilson Carlos – o secretário de Governo
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Amigo de Cabral desde os tempos de estudante é o homem que cuida dos negócios com os políticos. É o outro braço-direito. Cuida do toma lá dá cá de Cabral. Foi flagrado em uma investigação da Polícia Federal como possuidor de contas em paraísos fiscais na China, não declaradas. Segundo investigação do MPF teria recebido R$ 834 mil de uma empreiteira que fez obras do Metrô.
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Os secretários bons de negócios
O milionário Sérgio Côrtes e a mulher Verônica, no nome de quem colocou sua mansão
O milionário Sérgio Côrtes e a mulher Verônica, no nome de quem colocou sua mansão
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Sérgio Côrtes – o secretário de Saúde
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Esse é o campeão de negócios sujos. Grupo Facility, TOESA e as ambulâncias, TCI, Barrier e os remédios. Mansão, cobertura, joalheria. Luxos milionários que não têm como ser explicados.
Beltrame, escutas clandestinas fazem com que tenha muita gente graúda na mão
Beltrame, escutas clandestinas fazem com que tenha muita gente graúda na mão
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José Mariano Beltrame – o secretário de Segurança
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Responsável pelo contrato de aluguel dos carros da PM, a negociata com a Julio Simões cujo valor pago por viatura dá para comprar duas novas por ano. Acusado por seu ex-subsecretário de fazer escutas ilegais. Numa afronta à Constituição ganha mais que ministro do STF acumulando indevidamente salário da Polícia Federal. É o responsável pela política de acordos com as milícias. Tinha como assessores de confiança um falso tenente-coronel do Exército e o miliciano Chico Bala. Abafou as investigações da corrupção na Polícia Civil descobertas pela Operação Guilhotina e com medo da ameaça de revelações do delegado Allan Turnowski, de acusador virou sua testemunha de defesa. Turnowski sabe as relações de Beltrame com as milícias, que estão por trás da farsa das UPPs.
Wilson Risolia, o homem que está à frente dos negócios que vão destruindo a educação no Estado do Rio de Janeiro
Wilson Risolia, o homem que está à frente dos negócios que vão destruindo a educação no Estado do Rio de Janeiro
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Wilson Risolia – o secretário de Educação
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O economista do mercado imobiliário que desde o início do ano toca os negócios milionários de aluguel de aparelhos de ar condicionado e outros equipamentos; além das compras superfaturadas de computadores e outros.
Julio Lopes com Cabral numa viagem à Europa
Julio Lopes com Cabral numa viagem à Europa
.Julio Lopes – o secretário de Transportes
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O homem que negocia com as empresas de ônibus, além do Metrô, das Barcas e da Supervia. Está por trás de toda a proteção às empresas e manda os passageiros terem paciência.
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Os empresários parceiros de negócios
O "Rei Arthur", o empresário Arthur Cesar é um homem discreto que foge dos holofotes, reside em Miami e não tira fotos
O "Rei Arthur", o empresário Arthur Cesar é um homem discreto que foge dos holofotes, reside em Miami e não tira fotos
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Arthur Cezar de Menezes Soares Filho, o “Rei Arthur” – Grupo Facility
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O poderoso “Rei Arthur” vive escondido em Miami, numa mansão milionária – dizem que tem medo de ser preso no Brasil - e chegou a abrir uma filial do Porcão na cidade americana, para satisfazer seu gosto por churrasco. Tem no governo Cabral contratos de prestação de serviços que ultrapassam R$ 1,5 bilhão, muitos sem licitação. Tem funcionários terceirizados em praticamente todas as áreas do governo Cabral, além do Ministério Público e da Polícia Federal. Cabral viaja no seu jatinho e já se hospedou mais de uma vez na sua mansão de Miami.
O amigo dono da Delta: R$ 1 bilhão em contratos com Cabral, mais quase R$ 400 milhões com Eduardo Paes
O amigo dono da Delta: R$ 1 bilhão em contratos com Cabral, mais quase R$ 400 milhões com Eduardo Paes
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Fernando Cavendish – Empreiteira Delta
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Esse é o segundo mais poderoso empresário do grupo de Cabral pelo valor dos contratos, R$ 1 bilhão, grande parte sem licitação. Mas é o primeiro no coração de Cabral que intermediou a entrada da Delta em mais contratos milionários da prefeitura do Rio, além de outras. Está em maus lençóis depois de tudo o que está vindo à tona, por conta do acidente de helicóptero da Bahia. Segundo a revista Veja, bate no peito pra dizer que pode comprar políticos. De pequeno empreiteiro virou o campeão de obras no Rio, sob a benção do amigo Cabral, também seu vizinho do condomínio PortoBello, como o secretário de Sérgio Côrtes.
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Os aliados políticos e sócios nos negócios
Cabral confraterniza com os irmãos Natalino e Jerominho, em festa da milícia Liga da Justiça, que eles comandam na Zona Oeste
Cabral confraterniza com os irmãos Natalino e Jerominho, em festa da milícia Liga da Justiça, que eles comandam na Zona Oeste
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Natalino e Jerominho – Os irmãos milicianos ex-políticos cassados
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Um ex-deputado, o outro ex-vereador. Chefes da milícia Liga da Justiça fizeram acordo político com Cabral, que andava com eles pra cima e pra baixo e até cantou com eles num palanque na Zona Oeste. Depois foram traídos por Cabral que não confiava neles, e que usou a milícia rival de Chico Bala, por sugestão de Beltrame para destroná-los
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Cabral e Paes unidos em tudo, até nos negócios com o Grupo Facility e a empreiteira Delta
Cabral e Paes unidos em tudo, até nos negócios com o Grupo Facility e a empreiteira Delta
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Eduardo Paes – O prefeito do Rio
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Afilhado político de Sérgio Cabral. Retribuiu o apoio do padrinho fraqueando os contratos da prefeitura aos amigos de Cabral, “Rei Arthur” (Facility) e Fernando Cavendish (Delta). Os dois multiplicaram por muitas vezes seus negócios com a prefeitura de Paes.
Jorge Picciani, o fiel defensor de Cabral na ALERJ e parceiro de muitos negócios
Jorge Picciani, o fiel defensor de Cabral na ALERJ e parceiro de muitos negócios
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Jorge Picciani – O presidente do PMDB e ex-presidente da ALERJ
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O homem que deu sustentação política a Cabral na ALERJ, durante os quatro anos que a presidiu. Barrou qualquer tentativa de investigação. Nos bastidores tentou de todas as formas, destruir adversários de Cabral, que podiam atrapalhar os negócios. Participa ativamente do governo Cabral. A secretaria de Educação é dele, e está por trás dos contratos da compra de computadores superfaturados e de aluguel de ar de condicionado. A empresa INVESTIPLAN, que pertence a Paulo Trindade, sócio de Picciani em negócios de gado, detém mais de 90% dos contratos de informática do governo Cabral. A INVESTIPLAN também está envolvida no Mensalão do Arruda, no Distrito Federal
Paulo Melo, recordista de aumento de patrimônio e milionário da Região dos Lagos
Paulo Melo, recordista de aumento de patrimônio e milionário da Região dos Lagos
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Paulo Melo – O presidente da ALERJ
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O presidente da ALERJ era até o ano passado o Líder de Cabral e quem comandava a tropa de choque que protegia o governador. De vendedor de cocadas virou um dos maiores milionários da Região dos Lagos, onde os contratos do governo Cabral passam pela sua negociação. É o campeão da multiplicação do patrimônio pessoal entre os presidentes de assembléias legislativas do país, segundo revelou recente reportagem. Dono de inúmeros imóveis adquiriu recentemente uma fazenda milionária em Rio Bonito e é dono de hotel, em Araruama. Segundo ele ficou rico ganhando comissões como corretor de imóveis na Região dos Lagos.
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Olha, e isso é apenas um breve resumo das participações de cada personagem. Esse é o time de Cabral que comanda o mar de lama no nosso Estado. Convenhamos que só pelo que mostrei aqui, e pelas pessoas envolvidas, da família e os principais cargos-chave do governo, o escândalo do impeachment de Collor e do Mensalão do Arruda, no Distrito Federal não chegam nem perto. Ou como definiu há algum tempo o jornalista Cláudio Humberto, os dois primeiros casos parecem “Sessão da Tarde” perto do que acontece nas entranhas do governo Cabral.
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Com toda a sinceridade, depois de tudo o que mostrei, e após tudo o que já veio à tona desde o acidente de helicóptero da Bahia, quem não se indignar, não se levantar contra o governo mais corrupto da história do Rio de Janeiro e o governador que está assaltando os cofres públicos, ou está levando alguma vantagem ou é completamente alienado.
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Em tempo: Depois mostrarei o segundo capítulo, detalhando os escândalos citados aqui e os valores envolvidos.
Em tempo 2: Pedimos desculpas pela demora na postagem, mas deu muito trabalho para resumir e montar. São incontáveis casos de corrupção e negociatas.

DANIEL CHUTORIANSCY

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sobre o Sérgio Cabral, a empresa Delta e o Eike Batista *


Freixo falando na ALERJ:

Sobre o Sérgio Cabral, a empresa Delta e o Eike Batista *


Meu pronunciamento hoje diz respeito a toda essa polêmica envolvendo a
empresa Delta, o Sr. Eike Batista e o Governo do Estado – não poderia ser
diferente.

Por formação, sou professor de História – estou Deputado, Deputado não é
profissão. Como professor de História, sempre tive muitas dificuldades em
Matemática. Para fazer contas era um problema. Eu ficava desesperado quando
aparecia assim: “descubra o valor de x”. Eu tinha pânico! E não é que isso
me persegue, Deputado? Qual é o valor de x? Isso volta à tona no debate do
Rio de Janeiro: quanto vale x? Talvez valha bem menos do que o próprio
imagina.
O cinismo, a desfaçatez, o deboche do Sr. Eike Batista – o “homem x”, cujo
valor não se sabe bem qual é – não combinam com os dados que conseguimos. O
Sr. Eike Batista gosta de financiar campanhas, mas a minha ele nunca
financiou e nunca financiará – nem a minha nem a de muitos Deputados daqui
–, então, não há problemas. Conseguimos ter a independência necessária de
que este Parlamento precisa para fazer os questionamentos.

Sabemos que o Governador, na sexta-feira, dirigindo-se à Bahia, passou por
um episódio terrível, um acidente. Todos nós respeitamos a dor decorrente
desse acontecimento brutal. É uma questão privada, que merece todo o
respeito e consideração, mas existe uma questão pública que precisa ser
apurada. Então sabendo, com maturidade, separar essas coisas, as questões
públicas precisam ser cobradas.

Foi dito aqui que se considera normal o Governador ir para a Bahia no avião
do Sr. Eike Batista e que seria normal também ele estar indo para a Bahia
para participar de uma festa de um empresário dono de uma empreiteira com
grandes investimentos aqui no Rio de Janeiro. Pois bem. Primeiro, eu não
acho isso natural. Aliás, nada deve parecer natural; nada dever parecer
impossível de se mudar, como já dizia o bom Brecht. Agora, é importante
também dizer que o Sr. Eike Batista lançou uma nota dizendo que ele empresta
o avião dele para quem ele quiser; que ele faz com o dinheiro dele o que ele
quiser e que ele não tem nenhum investimento com o Governo do Estado. Eu
quero dizer que o Sr. Eike Batista mentiu. Não é verdade.

É verdade que ele é uma pessoa muito rica - o oitavo mais rico do mundo -,
talvez venha daí a sua soberba. O problema é que o seu dinheiro não compra a
verdade ou não cria uma nova verdade, por mais que ele possa viver no mundo
das fantasias e dos grandes investimentos, sonhando com o Rio de Janeiro sem
pobres ou pelo menos com os pobres muito distantes dos grandes eventos.

Eu quero dizer que eu fiz um levantamento. O Sr. Eike Batista, o homem “X”,
de valor indecifrável, diz que não tem investimentos no Governo do Estado.
Primeiro que a empresa OGX, de petróleo, pertencente ao Sr. Eike Batista,
recebeu no Governo Cabral, de 2007 a 2010, isenção fiscal no valor de
sessenta e nove milhões de reais. Como não tem vínculos econômicos com o
Governo? Tem sim, e não é pequeno.

Depois, a sua empresa LLX Minas-Rio, recebeu também, em função do Porto do
Açu, mais seis milhões de isenção fiscal. Tem relações econômicas com o
dinheiro público, sim. Mentiu. Tem. Setenta e cinco milhões de isenção, nos
últimos quatro anos, do Governo do Rio de Janeiro. Como é que não tem?
Empresta avião para quem quiser. Que história é essa? Tem interesse público
e privado misturado. Isso tem que ser investigado; isso é grave. Isso é
muito grave.
É curioso que o Sr. Eike Batista também é doador para a campanha do
Governador Sérgio Cabral. Ele diz que ele doa dinheiro para quem ele quiser.
Ele doa dinheiro pra quem ele quiser nada; ele doa dinheiro para quem
aceita. Ele doou setecentos e cinquenta mil reais para a campanha do
Governo: um por cento do que ele ganhou de isenção. Que nobre coincidência.
A doação do Sr. Eike Batista para a campanha do Governador correspondeu a um
por cento da doação, da isenção – perdoem o ato falho – que o Governador deu
ao Sr. Eike Batista para duas de suas grandes empresas. Como não tem
interesse? Chega de cinismo.
Mais do que isso. Uma parte grande dos investimentos do Sr. Eike Batista é
feita com dinheiro do BNDES, é feita com dinheiro público. Tem milhões de
problemas trabalhistas, ambientais e sociais; está questionado pelo
Ministério Público. Tem uma diversidade de flexibilizações colocadas pelos
órgãos fiscalizadores, que poderiam fiscalizar muito melhor as suas
empresas.

Está aqui o Ministério Público Federal: “O Ministério Público Federal
verificou” – percebam os senhores – “que o projeto”, eu estou falando do
Porto do Açu, “foi licenciado sem que se conhecesse sequer o traçado do
mineroduto e que ele atingiria vários sítios históricos e arqueológicos ao
longo do seu caminho, com impacto sobre comunidades tradicionais, às quais
não foram sequer consideradas relevantes no Eia-Rima”. Conseguiu
autorização; flexibilizaram tudo. O Ministério Público Federal recorreu; o
Ministério Público Federal disse que é um escândalo. E mais, estou falando
de pareceres do Ministério Público Federal. Está aqui!
O Ministério Público Federal diz o seguinte: “os motivos seriam fato de o
empreendimento não haver sido licitado”. Não há licitação. A cessão da área
para o porto ter sido indevida e a licença ambiental dada ao empreendimento
ocorreram sem a aprovação do estudo do impacto ambiental. Não houve estudo
de impacto ambiental. É uma vergonha! E ele vem para cá dizer que não tem
nada a ver com a iniciativa pública, que a dele é só iniciativa privada, que
ele não tem investimento!?

Senhores, o Hotel Glória que ele comprou, em 2008, recebeu 146 milhões do
BNDES. Só esse investimento. Quer dizer que ele não tem nada a ver com
dinheiro público? Ele não tem nenhum problema com dinheiro público? E aí ele
empresta o avião dele para quem ele quiser? Não é bem assim a história.

Vimos aqui desmascarar a fala cínica do Sr. Eike Batista ontem. Ele tem
responsabilidade e tem interesse nas questões públicas do Rio de Janeiro. Os
seus grandes negócios passam sim por investimentos, licenças e pareceres do
nosso poder público. Então, não é boa, não faz bem para o espírito
republicano essa relação de empréstimos de aviões, de jatos ou disso e
daquilo para quem deveria ter um pouco mais de cuidado nessas relações. Não
é bom. Para o mínimo espírito republicano.

O que eu estou dizendo é que isso precisa ser investigado. Não estou
antecipando nenhum julgamento. Mas estou dizendo que isso tem que ser
investigado. Da mesma maneira, tem que ser investigada a empresa Delta.
Lamentavelmente, o líder do Governo veio ontem aqui dizer que a empresa
Delta tinha feito todos os seus negócios com o Governo do Estado através de
licitação. Lamento dizer que não é verdade. Não é verdade!

Só em 2010, Srs. Deputados e Deputadas, sem licitação, a empresa Delta
recebeu R$ 127 milhões. Só em 2010, o que corresponde a 23% do total de 2010
empenhados para a empresa Delta. Só em 2010. Era nesse evento, do
aniversário do dono dessa empresa Delta que o Governador estava se dirigindo
no jato do Sr. Eike Batista. Perdoem-me, mas essa não é uma questão privada.
A questão privada eu respeito e não temos nada a ver com isso. Mas não é
isso. É que essa agenda mistura uma questão privada com uma questão pública
seriíssima. Seriíssima!

Não é normal, não pode ser vista como normal. Não adianta dizer que só no
mundo privado de um fim de semana. Na segunda, essas pessoas continuam se
conhecendo e se encontrando. Por que a grande concentração de investimentos
em 2010, ano de campanha? Por quê? O total do contrato com a Delta,
senhores, é de R$ 918 milhões só neste Governo. Os números são assustadores.
Essas relações privadas não ficam no campo privado. Trazem uma necessidade
muito grande de explicações públicas. Públicas!

Essas relações, senhores, não são naturais. Colocam sob suspeita as decisões
públicas que envolvem dinheiro público e convênios públicos. Espero que esta
Casa exerça o seu papel fiscalizador e já estamos fazendo isso.

Hoje, um grupo de Deputados preparou um requerimento de informação, cobrando
as informações pertinentes, tanto referentes aos negócios do Sr. Eike
Batista como da Delta. E o Governador tem obrigação de responder. Essas
respostas são importantes para que possamos esclarecer que o mundo privado
realmente não se mistura com o mundo público. É o que desejamos.

*Marcelo Freixo em pronunciamento no plenário da Alerj em 22/6/11.

Fechamento de 24 mil escolas do campo


28 de junho de 2011

Da Página do MST

Mais de 24 mil escolas no campo brasileiro foram fechadas no meio rural desde 2002. O fechamento dessas escolas demonstra o drástico problema na vida educacional no Brasil, especialmente no meio rural.

Após décadas de lutas por conquistas no âmbito educacional, cujas reivindicações foram atendidas em parte - o que permitiu a consolidação da pauta – o fechamento das escolas vão no sentido contrário do que parecia cristalizado.

Nesse quadro, o MST lançou a Campanha Nacional contra o Fechamento de Escolas do Campo, que pretende fazer o debate sobre a educação do campo com o conjunto da sociedade, articular diversos setores contra esses retrocessos e denunciar a continuidade dessa política.

“O fechamento das escolas no campo nos remete a olhar com profundidade que o que está em jogo é algo maior, relacionado às disputas de projetos de campo. Os governos têm demonstrado cada vez clara a opção pela agricultura de negócio – o agronegócio – que tem em sua lógica de funcionamento pensar num campo sem gente e, por conseguinte, um campo sem cultura e sem escola”, afirma Erivan Hilário, do Setor de Educação do MST.

Essas escolas foram fechadas por estados e os municípios, mas o Ministério da Educação também tem responsabilidade. "Não se tem, por exemplo, critérios claros que determine o fechamento de escolas, que explicitem os motivos pelos quais se fecham, ou em que medida se pode ou não fechar uma escola no campo", aponta Erivan.

Ele apresenta um panorama do atual momento pelo qual passa a educação do campo, apontando desafios, lutas e propostas. Abaixo, leia a entrevista.


Fonte: http://www.mst.org.br/Fechamentos-de-escolas-do-campo-e-umretrocesso-afirma-erivan-hilario-mst