terça-feira, 30 de maio de 2017

Pacifismo no ato do Rio e "violência" em Brasília



Algumas reflexões sobre o debate acerca do pacifismo do ato do Rio de Janeiro e a "violência" do ato de Brasília

1 – Em Brasília, como na maioria das vezes, quem iniciou a violência foi a PM que abriu fogo assim que o ato se aproximava da esplanada, mais do que nunca aquele velho jargão faz sentido: “não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor”.

2 – Existia um claro recorte de classe que separava os atos, em Brasília, chamado pelas centrais sindicais e movimentos sociais e populares, eram básicamente trabalhadores e juventude, com a limitação de a maioria dos trabalhadores serem do serviço público, haja visto que as centrais erraram em não chamar greve geral nestes dias. O Ato do Rio foi chamado por parlamentares, intelectuais e artistas, marcado para Copacabana, e atraiu além de setores da classe trabalhadora e da juventude, boa parcela de uma classe média “progressista”. Tinha até área VIP no ato, acho que isso é simbólico sobre o tipo de democracia que alguns querem manter.

3 – O aparato policial era infinitamente menor no RJ do que BSB, tanto devido à repercussão negativa das ações no ato de dias anteriores, tanto pela composição do ato, reprimir um ato chamado por trabalhadores em Brasília, não é a mesma coisa que reprimir um ato chamado por artistas, intelectuais e parlamentares em COPACABANA.

4 – A ação direta e o enfreamento a repressão nem sempre são a melhor saída, porém em muitos casos é a única saída, toda ruptura na história da humanidade passou por momentos de enfreamento físico entre os que defendiam o establishment e os que queriam alterá-lo. Não podemos afirmar ainda se estamos diante de um período de ruptura do stablishment, porém se a ideia é alterar as estruturas da sociedade em que vivemos, temos que estar preparados para todo tipo de enfrentamento, a burguesia não vai aceitar qualquer vitória da classe trabalhadora passivamente, eles vão reprimir e nós devemos nos organizar para resistir.

Vinicius Prado
Funcionário de Escola
Colégio Estadual do Paraná