domingo, 11 de setembro de 2011

Um grito ecoa em Rio das Ostras, o Grito dos Excluídos

Um grito ecoa em Rio das Ostras, o Grito dos Excluídos

Do Blog: Psol Rio das Ostras

Por Jonathan Mendonça

Prefeito FOGE do palanque e dá o desfile por encerrado!

Estudantes, professores, servidores, sem terra e outros segmentos sociais participaram do Grito dos Excluídos.

“Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 5°: IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”

Por toda a cidade correm boatos de um grito que ainda ecoa: O Grito dos Excluídos! Uma manifestação pacífica que ocorreu com cerca de 700 pessoas sendo em sua maioria ligados à área da educação como professores, auxiliares de desenvolvimento infantil, equipe técnica em geral e alunos desde ensino fundamental e médio até superior (UFF).

O ato foi pacífico pela parte dos manifestantes, já a prefeitura impôs um cordão de isolamento feito pelos guardas municipais numa atitude antidemocrática e inconstitucional. O prefeito encerrou o desfile antes que todas as instituições desfilassem para ir embora por trás do palanque.

No dia 7 de Setembro de 2011, dia em que se “comemora” o Grito de Independência do Brasil, bradado em 1822, pelo então Príncipe-Regente D. Pedro de Alcântara Bragança é mesmo um momento a se questionar sobre esta independência. O próprio D. Pedro, que teria enunciado às margens do Rio Ipiranga a versada frase de “Independência ou Morte” era ao mesmo tempo Príncipe Real do Reino Unido de Portugal do qual se pretendia independer.

Ocorre que talvez, e só talvez, esta tenha se tornado uma prática constante no “novo país independente”, a prática de que a nossa independência seja definida justamente por aqueles que nos oprimem.

É justamente num contexto em que a independência do Brasil, da forma como ela foi feita passa a ser questionada que se começa a fazer o Grito dos Excluídos. Há 17 anos esta manifestação ocorre em diversas capitais e cidades do interior do país. Sempre com temas referentes ao direito à vida, à terra, à dignidade, à justiça, dentre outros.

Autoritarismo: GM é indevidamente usada para barrar manifestação!

O Grito dos Excluídos abre a discussão sobre quem deve protagonizar a luta pelos direitos e a reposta não é de difícil resolução. Levantando este debate, o sistema capitalista, como um sistema de acúmulos por parte de uns e de falta para outros, um sistema baseado na desigualdade, no desemprego, no desrespeito ao que é ser humano é colocado em xeque.

Em Rio das Ostras, ouviram na Avenida Amazonas “de um povo heróico um brado retumbante”.  Um povo insatisfeito com a forma como esta cidade vem sendo conduzida. Onde as demandas da população são ignoradas dando-lhes algumas migalhas e favores em troca de outros favores políticos.

Mas a cidade dos favores agora gritou por direitos. Sob o tema “Queremos direitos, não Favores”, o Grito dos Excluídos de 2011 conseguiu demonstrar aos governantes que existem nesta cidade pessoas e coletivos críticos que não aceitam mais as ladainhas do governo municipal e exigem seus direitos.

Foi uma bonita Manifestação com uma extensa pauta de reivindicações:

Contra o Assédio Moral aos profissionais do Município como ao Professor Gilberlan que por posicionar-se a favor do Grito sofreu represália da prefeitura e perdeu sua cessão de Macaé;

Por melhores condições de Trabalho e estudo em todas as áreas em que faltam materiais de trabalho;

Pela participação das categorias na elaboração de seus PCCVs, já que o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos Profissionais da Educação foi aprovado à toque de caixa sem ampla discussão com este segmentos que já havia discutido e elaborado um plano alternativo (que foi totalmente ignorado pelos poderes públicos);

Mentiras e autoelogio: faixa colocada pela produção do desfile. Professores indignados!

Reelaboração do PCCV dos Profissionais da Educação desta vez com a categoria;

Pelo Passe-Livre para todo estudante, desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e Médio até o Ensino Superior;

Pelo direito de ir e vir já que o trânsito nesta cidade é caótico e os meios de transporte coletivo não dão vazão ao fluxo de pessoas;

Pelo direito à vida com Segurança, já que os números oficiais não se relacionam ao que ocorre concretamente na cidade: assaltos, estupros, e mortes no trânsito quase que diariamente, lembrando sempre a aluna da UFF Maria Clenilda que morreu atropelada pela conivência da prefeitura que não atendeu os apelos de ligar o semáforo;

Pelo direito à uma imprensa “Independente” visto que a imprensa local é totalmente vendida aos mandatários do poder e inventa uma cidade perfeita que nós, que vivemos nela, sabemos não existir;

Pelo direito à livre expressão: Já que os nossos direitos básicos como o de livre expressão foi cerceado pela ordem que fez com que a Guarda Municipal fizesse uma corrente para tentar isolar-nos do desfile;

O cordão de isolamento que os guardas municipais (trabalhadores como os que se manifestavam) fizeram não segurou a euforia da população em redor que soltava um verdadeiro grito de independência: “Deixa passar!, deixa passar!, deixa passar!”. O prefeito, sem ter como conter a manifestação popular de apoio desceu do palanque e, repetindo a cômica fuga da família real para o Brasil, FUGIU dando o desfile por encerrado (mesmo com grupos ainda para desfilar).

Ficou claro que esta atitude do prefeito demonstrou mais uma vez a falta de democracia vigente na sociedade. Ele poderia simplesmente ter deixado que a manifestação passasse, ter ouvido o que tínhamos a dizer e prosseguir com o desfile. Mas a simples suposição de que o seu castelo de cartas fosse desmontado e que sua propaganda fosse desmascarada fez com que o arbitrário ignorasse a manifestação e os próximos a desfilar.

Por toda a cidade os boatos do grito ecoavam e ainda ecoam. Os jornais, que tem total vínculo monetário com o governo já se posicionaram contrários a nossa manifestação, sem sequer procurar entendê-la Mas isso não novidade afinal “A dor da gente não sai no jornal”.  Mas o povo, e é este que importa, em todos os lugares vem nos apoiar e aplaudir. Muitos estão dispostos a engrossar nossas fileiras e construir esta luta com a gente e são todos muito bem vindos! Afinal este foi só o primeiro de muitos gritos!

Este foi só o primeiro passo. Agora a organização é fundamental. Já temos uma reunião marcada para decidirmos quais serão os próximos passos desta nossa empreitada. Todos aqueles que querem se movimentar estão convidados. Juntos somos fortes!

Jonathan Mendonça é professor, poeta, sambista e militante do Luta Educadora e do PSOL Serramar RJ.

 

VEJA O VÍDEO DO ATO!

 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ocupação da reitoria da UFF


Todo apoio a luta em defesa da educação pública, nas suas mais diversas formas e manisfestações. Aos estudantes da UFF e de todas as reitorias, neste momento, ocupadas: as nossas congratulações, força e solidariedade.

Debate ressalta papel político do professor

(Jornal da Adufrj - 718 - 29/08/2011 Seg, 29 de Agosto de 2011 14:41)

“Só a luta pode garantir vitórias para a Educação”. Com essa frase, a professora Wiria Cabral*, da diretoria do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do estado do Rio de Janeiro (SEPE-RJ), sintetizou o debate “Formação e Ação Política do Professor”, realizado no Salão Azul do Instituto de Biologia, na noite de 24 de agosto. O evento fez parte da paralisação de 24 horas, deliberada pela Assembleia Geral da Adufrj-SSind, e foi especialmente dirigida aos licenciandos do Centro de Ciências da Saúde.

Wiria observou que os vários governos (federal, estaduais e municipais) investem muito pouco no setor educacional. Pior: ainda utilizam o dinheiro público em favor das empresas, como as fundações que vendem pacotes pedagógicos prontos, distantes da realidade das escolas e dos alunos. Para ela, é urgente que o Brasil aplique 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em Educação, uma das reivindicações históricas das entidades da área. O maior investimento vinculado ao PIB (hoje, o país não gasta nem 3% no setor) foi um dos grandes temas da Marcha Unificada em Brasília, na mesma data do debate (veja mais em matéria na página 4).

A partir daí, a professora destacou o processo de construção da greve da rede estadual de ensino, iniciada em 7 de junho e encerrada em 12 de agosto. Wiria lembrou que o movimento, embora estivesse sendo preparado desde o início do ano, só foi deflagrado no auge da greve dos bombeiros: “Naquele momento, o governo estava fragilizado por ter chamado os bombeiros de ‘vândalos’ e depois recuou”, disse.

A pauta da greve dos profissionais da Educação do estado reivindicava melhores condições de trabalho, 26% de aumento (após três anos sem reajuste algum), incorporação imediata da gratificação produtivista “Nova Escola” (implantada no governo Garotinho) e um plano de carreira para os funcionários, cujos cargos estavam praticamente sendo extintos pela terceirização, como porteiros e merendeiras.

Ao fim da greve, o plano dos funcionários foi conquistado, a incorporação do “Nova Escola” foi antecipada para 2013 (o governo só queria fazê-lo em 2015) e houve abono dos dias parados, além de um reajuste linear para toda a categoria, inclusive os aposentados, de 5%: “Rompemos com a lógica da produtividade”, explicou Wiria, em referência ao maior ganho, político, do movimento.

Claro que foi um embate difícil. Houve certo ponto da greve que o governo atacou judicialmente o movimento, com ameaça de corte dos dias parados: “Mas a categoria bancou a greve e até ampliou a participação no acampamento em frente à Seeduc (Secretaria Estadual de Educação, no Centro do Rio)”, disse Wiria, que também fez referência ao apoio maciço da população.

“Não há projeto de Estado que garanta a Educação. Pelo contrário, eles querem investir menos, entregar para fundações... Todo o movimento do Estado é para acabar com o bem público”, observou a dirigente sindical. Segundo ela, o enfrentamento dessa política, inclusive com greve, se necessária, faz parte de uma responsabilidade com a profissão: “Por isso, precisamos formar os companheiros das licenciaturas para essa luta. A luta educa e nos faz crescer”, alertou, dirigindo-se especialmente aos licenciandos presentes ao debate. “Essa é a nossa tarefa e a unidade é fundamental”, completou, em referência à existência do Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública (http://www.adufrj.org.br/fedep/).

O papel do intelectual
Glória de Melo, do Colégio Pedro II, deu destaque, em seu discurso, ao professor como agente político. E lembrou que o objetivo final da classe trabalhadora deve ser a superação do capitalismo: “Não adianta humanizar o capitalismo”, disse. Também recuperou falas do sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995) e do cientista político italiano Antonio Gramsci (1891-1937) para ilustrar sua exposição: “Como dizia Gramsci, o Estado não vai prover educação popular. O Estado está a serviço do capital”, afirmou. Em seguida, citou Florestan: “O rigor científico não se contrapõe à intervenção atuante na realidade. Não há marginalização do intelectual enquanto intelectual. Mas do intelectual que toma posição”.

Em seguida, a professora do CPII passou a falar da greve em sua instituição, vinculada ao Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), desde o dia 10 de agosto. As principais reivindicações são: mais concursos públicos; reajuste emergencial de 14,77% e contra o projeto de lei 549 (de congelamento dos salários do funcionalismo federal).

“Todo ano, iniciamos (turmas) sem vários professores; os substitutos vêm depois. E quando queremos fazer um doutorado, só sem licença ou com uma meia-licença”, criticou. Glória elenca entre as principais dificuldades da atual mobilização o receio de alguns recém-contratados em aderir ao movimento, no período de estágio probatório, e o “esfriamento” de alguns sindicalistas desde o governo Lula da Silva: “Isso nos têm impedido de alcançar 100% de adesão, mas temos 70%. E vamos chegar aos 100%”, afirmou a professora.

A palestrante classificou como a novidade desta greve a adesão de alguns colégios militares: “Os professores civis desses colégios estão aderindo à greve, sofrendo punições dos coronéis. Professores e alunos, no Pará e em Minas Gerais, estão acampando em frente aos colégios. Isso é construção de educador. A greve é uma atividade pedagógica”, concluiu.

Mediadora cita a negociação entre Andes-SN e governo
A professora Cláudia Piccinini, da Faculdade de Educação da UFRJ, fez a mediação do debate.
Para ela, na questão salarial, a mobilização da categoria é mais intensa em universidades novas e de menor tamanho. Nas instituições maiores e mais antigas, o que preocupa a categoria é a perda de direitos, especialmente no que diz respeito à carreira: “Como estudantes-trabalhadores, vocês têm que construir uma agenda de luta unificada, pois o capital se organiza muito bem. Têm que levar esse debate para as escolas. O trabalho intelectual é o da crítica”, afirmou, voltando-se para os licenciandos.
*Wiria Alcântara Cabral é ativista da Luta Educadora e participa da mesa no debate na UFRJ, em 24 de agosto, dia de paralisação em nome da campanha salarial e 10% do PIB

domingo, 4 de setembro de 2011

Rede Municipal do Rio vai lotar a Cinelândia, 3a feira


O que saiu publicado no diário oficial, com o objetivo de "esclarecer" os servidores quanto a PL 1005 é somente mais uma tentativa de desmobilizar a categoria pois, sem mentir, oculta a verdade.

Não se deixem enganar!
Até 3a feira!!!!!

Vídeo protesto contra o Ziraldo

Vídeo produzido pelos alunos em Greve das Escolas Federais.