Com o fim das eleições municipais de 2012, os profissionais de educação sabiam que não teriam vida fácil com a vitória de Nelson Bornier do PMDB.
O atual prefeito que já governou o município entre 1997 e 2003, na época no PSDB, teve um governo de apoio aos empresários e contra os movimentos sociais.
Infelizmente o povo iguaçuano não percebeu nestas ultimas eleições as diferenças entre os governos, o povo ficou habituado ao descaso do poder público e a indiferença que sofre diariamente.
Desde o final de 2012 os profissionais de educação junto com o SEPE buscaram um diálogo com o atual prefeito para garantir uma escola democrática, pois a categoria estava preocupada com a próxima administração municipal, se o novo prefeito iria respeitar as conquistas da categoria nos últimos anos, conquistas como: eleições para direção de escola, enquadramento no estágio probatório, a volta do pagamento do nível universitário, regência de turma, inclusão dos antigos professores leigos das classes F e G no plano de Carreira, paridade, acordos como revisão do difícil acesso, concurso, licença para estudo, além dos abonos de greves e paralisações.
O ano de 2013 começa quente no município de Nova Iguaçu!
O prefeito Nelson Bornier começa mostrando a que realmente veio! Com um discurso contraditório diz que o município não tem dinheiro e que o problema é de gestão! Mas aumenta o seu vencimento, dos vereadores e dos seus secretários em 102%, cujo o valor é de 19.200,00. Que é maior que o vencimento do prefeito da capital do Estado e também do governador do Rio de Janeiro que gira em torno de 16.000,00. Perguntado sobre o seu vencimento ter aumentado em mais de 100%, Bornier respondeu " é um vencimento justo para quem quer trabalhar honestamente".
Depois de várias tentativas de dialogo com o governo municipal e a insegurança da categoria aumentando o SEPE Nova Iguaçu faz a primeira assembleia dia 6 de março chamando para uma paralisação no mesmo mês, em pauta:
- Reforma das unidades escolares;
- Construção de novas unidades escolares e de creches;
- Não a contratação de organizações sociais para fazer atendimento de crianças em creches;
- Melhores condições de trabalho, existindo problemas como colégios com mato alto, sem água, sem luz, sem funcionários e professores;
- Equiparação do valor da dobra ao vencimento;
- Manter as conquistas obtidas nos últimos anos;
- Calendário de pagamento;
- Recesso de duas semanas no mês de julho;
- Chamada imediata dos concursados;
- Fim das contratações e terceirizações;
- Publicação da tabela do plano de carreira de ADIs;
- Correção do plano de carreira, garantindo o enquadramento dos pedagogos;
- Publicação dos processos de enquadramento por formação pendentes.
Com tanta truculência e autoritarismo restou para a categoria chamar uma greve de advertência de 48 horas que ocorreram nos dias 7 e 8 de maio de 2013, com adesão de mais de 50% da categoria com passeata e ocupação da prefeitura; mesmo assim os profissionais de educação não foram recebidos por ninguém do governo, e a desculpa dada era que o prefeito Nelson Bornier estava em Brasília, e o chefe de governo e a vice-prefeita estavam em reunião, e o secretário de educação havia sido exonerado. Não restando alternativa, o magistério iguaçuano decidiu deflagar uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 16 de maio, para conquistar as reivindicações descritas acima. Todo apoio a greve da rede municipal de Nova Iguaçu, a luta continua...
*André é Professor de Geografia em Nova Iguaçu. Constrói o Luta Educadora e é militante da LSR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário