Em greve desde 8 de agosto, os profissionais da educação das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro seguem em luta por melhores condições de trabalho, valorização dos trabalhadores, plano de carreira unificado, fim da política de meritocracia, entre outras reivindicações. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe), a paralisação da rede municipal já tem 80% de adesão, e da estadual, 50%, somando mais de 150 mil professores e técnicos administrativos da educação pública com as atividades suspensas.
Na moção de apoio ao movimento encaminhada ao Sepe, ao governador Sérgio Cabral e ao prefeito Eduardo Paes, o ANDES-SN considera a mobilização vitoriosa e destaca que “a pauta de reivindicações aponta para os graves problemas que cercam a educação pública no Brasil, como a desvalorização dos profissionais da educação, a omissão do Estado no cumprimento de seu papel de financiador da educação PÚBLICA e a punição descabida com ameaças de corte de ponto”.
A moção enviada pelo ANDES-SN aponta ainda que “quem está em desacordo com seu papel são os governos do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura do município do Rio que não cumprem seu compromisso constitucional, não os docentes que apenas e tão somente tentam arrancar dos governos o mínimo necessário para a educação pública ser de qualidade, democrática e inclusiva.” Leia aqui.
Apesar das legítimas reivindicações dos grevistas, os governos estadual e municipal seguem tentando criminalizar o movimento. De acordo com informação divulgada pela CSP-Conlutas, a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) afirmou, em nota, que está aplicando falta aos servidores municipais que não estão comparecendo às salas de aula e que ao completar dez dias de paralisação, o governo encaminhará processo de demissão para a Secretaria de Planejamento e Gestão. No âmbito estadual, o governo afirma que não reconhece a greve e está tentando aplicar o código 30, que contabiliza a ausência dos trabalhadores grevistas como falta comum. “É lamentável a postura autoritária dos governos municipal e estadual frente a uma greve legítima, aprovada em assembleia da categoria”, caracteriza Susana Gutierrez, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe).
Greve continua
Nesta segunda-feira (26), cerca de 5 mil profissionais de educação do município se reuniram em assembleia no Terreirão do Samba, na Praça Onze, no Centro do Rio de Janeiro, e decidiram pela continuidade da greve, iniciada em 8 de agosto. Após a assembleia, o grupo saiu em passeata até a sede da Prefeitura, na Cidade Nova, puxados por palavras de ordem como: “A greve continua, prefeito a culpa é sua”.
Apesar de o prefeito Eduardo Paes ter apresentado proposta que atendia algumas demandas da categoria em reunião de negociação realizada na sexta-feira (23), os grevistas entenderam que graves problemas pedagógicos, como a política de meritocracia e a precária estrutura das escolas, haviam sido deixados de lado pelo governo.
Nesta terça-feira (27), está marcada uma audiência com a secretária municipal de Educação, Claudia Costin. No dia 28, quarta-feira, está prevista nova assembleia para decidir os rumos da mobilização.
Os trabalhadores da educação da rede estadual, também em greve, ainda não receberam qualquer proposta do governador Sérgio Cabral. O encontro geral da categoria será nesta terça-feira (27), com concentração às 12h na Cinelândia, e posterior passeata até a Alerj e assembleia geral nas escadarias.
* Com informações da CSP-Conlutas
* Imagem extraída do faceboook do movimento Rio na Rua
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