O processo de independência do Brasil é marcado pelo grito: "Independência ou morte" e pela pintura de Pedro Américo, que convoca, de maneira artística as pessoas a exaltarem esse acontecimento. Nas escolas a maioria dos livros didáticos mostra apenas um lado da história: o da classe dominante.
A tendência de manter o poder e evitar que novos ideiais políticos ganhassem corpo colaborou para sustentar o regime monárquico, em detrimento do republicanismo, abolicionismo, positivismo, etc. A missão do Império brasileiro era manter a marcha pela civilização (criada pelos portugueses) sem prejuízo da monarquia.
Para Caio Prado Júnior*, a Independência do Brasil se explicaria, institucionalmente, pelo esgotamento do sistema existente. A colonização que servia aos interesses do capitalismo, no sentido da acumulação de riquezas em detrimento da vida, foi um fator decisivo nesse processo.
Querem que essa data represente uma grande transformação na gestão do país, porém, ela serve a uma manutenção das elites no poder. Houve mudanças institucionais sim, mas que não foram benéficas para a maioria da população, que continuou excluída das decisões políticas. A escravidão continuou a todo o vapor, por exemplo, servindo a um modelo que já estava ultrapassado, na época, e que no Brasil ainda existia (escravista).
O grito dos excluídos é uma forma de manifestação que, com o passar dos anos, tem número crescente de adesões. Existe desde 1995 e busca dar visibilidade àqueles que não a tem. É preciso repensar a história que nos foi imposta, marcando uma posição crítica, nos organizando, ocupando espaços públicos e lutando de maneiras diversas.
*PRADO Jr, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1942.
Mike Pontes - prof. de ed. física, diretor do SEPE regional 7 e estudante de história.
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